domingo, 31 de agosto de 2008

Passeio Público

Era inicialmente uma larga praça de areia, denominada Campo da Pólvora. Local que serviu de palco às cenas de fuzilamento dos heróis da Revolução do Equador, tendo sido vítimas o Padre Mororó, João Andrade, Francisco Miguel Pereira Ibiapina e Inácio de Azevedo Bolão.
Sua construção foi iniciada em 1866 na gestão do então presidente Fausto Antônio Aguiar, que fez ajardinar a parte hoje existente, deixando a parte que ía até a praia sem nenhuma obra urbanística . Em 1879, foram erguidos os paredões que fizeram o 1º, 2º e 3º planos do Passeio. O 1º plano era chamado Caio Prado, onde fervilhava a sociedade local; o 2º se destinava a banda da polícia militar que executava operetas e valsas vienenses. O 3º era a avenida Pe. Mororó hoje Leste-Oeste, frequentado pelas " mulheres da vida" e operários pobres.
Inaugurado entre festas, ao som de bandas, fechadas às pessoas de pouca ou nenhuma posição social. a popuilação humilde tinha vez no carnaval. As famílias e os casais de namorados se reuniam na praça diariamente para conversar, onde frequentemente se realizavam quermesses de caridade.
Benjamins, oiticicas, catolés, judas, castanholas, mangabeiras, paus darcos, gameleiras são os principais representantes da flora da praça. Sem falar no secular Baobá, árvore de origem africana, plantada pelo senador Tomás Pompeu.
Também são encontradas estátuas importadas da França, em número de oito; quatro representando as estações do ano e as demais, entidades mitológicas : Vênus, Diana, Mercúrio e Baco.
A pedra fundamental da praça foi lançada pelo comerciante português , Tito Antônio da Rocha . Por ter sido a execução dos mártires da Confederação do Equador (1824) a câmara deu-lhe a denominação de Praça dos Mártires, em homenagem à memória dos cidadãos que alí foram sacrificados pela causa da liberdade, pois lá foram fuzilados, em 1824, alguns líderes do movimento : Padre Mororó, Pessoa Anta, Carapinima e Azavedo Bolão.
A área apresenta-se como um dos pilares da memória social da cidade de Fortaleza.

sábado, 21 de junho de 2008

Tudo é Verdade

Quando Orson Welles veio ao Brasil, em 1942, para filmar o carnaval carioca, resolveu abandonar o projeto apoiado pelos estúdios RKO em troca de um filme sobre a vida dos jangadeiros na enseada do Mucuripe.
Quatro Homens e uma Jangada contava a história de um pescador e tinha, como pano de fundo, a vida dos jangadeiros. Welles resolveu contar a história de um homem e sua façanha : Manuel Jacaré, o jangadeiro que, anos antes, comandara uma viagem de jangada de Fortaleza ao Rio de Janeiro para pedir ao então Presidente da República Getúlio Vargas melhores condições de trabalho para os pescadores.
Impressionado com a aventura - foram dias e dias de barco, numa jangada feita apenas com cinco troncos de uma madeira chamada piúba-, Welles tentou recontar a viagem no filme e convenceu Jacaré a refazer alguns trechos. Durante a filmagem da chegada ao Rio de Janeiro Jacaré morreu afogado - até hoje não se sabe como.
O filme teve o orçamento cortado pela produtora e ficou inacabado. Em 1990, os pesquisadores Catherine Benamou e Richard Wilson, de posse dos rolos de negativos reencontrados em Hollywood, montaram o material e concluíram as filmagens com cenas da atualidade. O resultado é o documentário It`s all true ( Tudo é Verdade). Concluído em 1993.
Manoel Jacaré, o herói do filme, é o nome de uma ladeira quase no final da beira-mar. Sua família vive na maior pobreza. Como diz o filme, tudo é verdade.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

As 7 Colinas

A Fortaleza de antigamente, possuía um relevo geográfico encantador, erguida sobre 7 colinas, à semelhança com a capital da Itália, Roma.
A invasão urbanística e a erosão provocada pelos ventos e águas destruíram aquelas elevações, tornando Fortaleza a cidade plana dos dias atuais.
Vejamos as elevações que existiam :
1ª Colina
Localizada na Rua Barão do Rio Branco, quarteirão compreendido entre as Ruas Liberato Barroso e Guilherme Rocha .
2ª Colina
Ficava onde hoje é o Quartel General da Décima Região Militar prolongando-se pela Santa Casa de Misericórdia chegando até a Emcetur.
3ª Colina
Ficava onde hoje é a Praça Clóvis Beviláquia, da Faculdade de Direito. A colina, certamente, fez localizar alí as primeiras caixas d' àgua, para o abastecimento da cidade.
4ª Colina
O Outeiro da Prainha , à margem direita do Riacho Pajeú, onde hoje é o Seminário da Prainha.
5ª Colina
Morro do Croatá, atual lugar da Estação Fereroviária João Felipe.
6ª Colina
O alto da Pimenta, onde atualmente temos a Igreja Coração de Jesus.
7ª Colina
A elevação da Aldeota


terça-feira, 10 de junho de 2008

A gravata do Capistrano

Um dos maiores historiadores- o cearense Capistrano de Abreu era um desleixado, nas questões de indumentária.
Contam que certa vez, no Rio de Janeiro, apanhou um bonde, sentando-se no banco da frente, local destinado apenas a quem estivesse de gravata. O que não ocorria com Capistrano. Advertido pelo motorneiro, respondeu : - De gravata eu estou, só não sei em qual dos bolsos ela está, mas se você quer procurar, que o faça, disse Capistrano, voltando a seguir a leitura do seu livro, que este sim, nunca lhe faltava às mãos.

domingo, 8 de junho de 2008

Você não é Barroso

O general Benjamim Liberato Barroso, governador do Ceará em duas oportunidades - em 1892 e no período de 1914-1919 - era um homem integro, austero e de uma palavra só.
Quando tomava uma decisão , revogá-la era muito difícil. Tão forte era este traço de seu caráter que fez surgir, no linguajar das ruas, uma expressão muito cearense, que, por longos anos, se tornou corriqueira e que alguns ainda hoje a usam, - " Eu sei que você não é Barroso " ! Empregada toda vez que aparece alguém com irredutibilidade e disposto a querer demonstrar que palavra de rei não volta atrás...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Quem é Francisca Clotilde ?

Francisca Clotilde, nasceu em Tauá, Ceará aos 19 de outubro de 1862. Foi uma das pioneiras da literatura feminina cearense. Ao lado de Emília de Freitas e Ana Facó formou o grupo das primeiras mulheres a escreverem romances e divulgá-los pela imprensa, na época de um Ceará patriarcal onde a educação das mulheres se limitava a aprender piano, bordado e algumas frases em francês, à cozinhar, as novelas periódicas e aos oratórios domésticos. Ávida por liberdade, engajou-se no Movimento Abolicionista; já então se notabilizava pela vocação poética. Em 1884, por concurso público foi nomeada com o título de professora para a Escola Normal de Fortaleza. Concomitantemente ao trabalho de educadora, colaborou na imprensa em verso e em prosa: Cearense, Gazeta do Norte, Pedro II, O Libertador, A Quinzena, A República, Almanaque do Ceará, no Ceará; também na imprensa de outros estados brasileiros, como por exemplo, Almanaque das Senhoras Alagoanas; O Lyrio, de Recife; A Família, de São Paulo e Rio de Janeiro etc.



domingo, 6 de janeiro de 2008

Museu do Gonzagão

No início do mês de Dezembro ( 2006) tive a oportunidade de visitar o Museu do Gonzagão . Preocupado em deixar o seu legado preservado, em benefício das gerações futuras, Luiz Gonzaga idealizou e construiu o seu próprio museu, o Museu do Gonzagão, em Exu-PE. O Parque Aza Branca uma ONG constituída sob forma de uma sociedade civil sem fins lucrativos dispõe do maior acervo físico, deixado por Luiz Gonzaga. É este lugar que hoje se organiza e abre os braços para o nosso povo e para a nossa cultura.
Museu do Gonzagão: Todo o acervo cultural e artístico de Luiz Gonzaga: Gibão e Chapéu de Couro, Sanfonas, Discos, Troféus, Fotografias, Livros, Jornais e condecorações.
Casa Grande: Móveis e utilitários de Luiz Gonzaga e D.Helena. O quarto do casal em sua forma original, sala de visita, cozinha, objetos pessoais, televisor e outros objetos.
Mausoléu do Gonzagão: Onde estão sepultados Luiz Gonzaga e D. Helena.